Como dissemos no último post, este será sobre
proteger a pele dos efeitos do sol, pelo que vamos falar essencialmente de
protectores solares e um pouco sobre o after sun.
Protector Solar
O protector solar é o nosso melhor aliado na
busca de um bronzeado saudável. Mas para escolher o protector adequado, há algumas
noções que convém termos.
Em primeiro lugar, a tarefa mais importante do
protector será manter a protecção de largo espectro, isto é, contra os raios
UVA (Aging) e os UVB (Burning).
Os primeiros, os UVA, são os que nos dão maior bronzeado, já que penetram
mais na pele. No entanto, são estes os responsáveis pelo seu envelhecimento e
diminuição da elasticidade. Os raios UVB são os responsáveis pela vermelhidão e
queimaduras, pela alteração do DNA e,
consequentemente, pelo aparecimento do cancro.
Ainda assim, apesar desta
separação, os UVA potenciam a acção dos UVB e vice-versa. Apesar do factor de
protecção indicado na embalagem da protector se referir aos UVB, há também que
ter cuidado com os UVA.
O que é o SPF?
É uma medida de laboratório que indica a efectividade do protector solar:
quanto mais alto o valor do SPF, maior a proteção oferecida. O SPF indica a
relação entre o tempo que a pessoa pode estar exposta à luz solar antes de se
queimar, com utilização de protector e o tempo que ela pode ficar exposta à luz
solar sem se queimar. Por exemplo, uma pele que se queimaria após 12 minutos a
apanhar sol, vai queimar-se após 2 horas (120 minutos) quando protegida com um
filtro solar de SPF 10 (10 vezes mais proteção).
Como é determinado o SPF?
É determinado em laboratório, utilizando uma
determinada quantidade referência de produto, por norma, 2mg/cm2. No
entanto, uma pessoa normal tende a aplicar, no máximo, 1mg/cm2.
Assim, para que o protector possa proteger conforme esperamos, não podemos
poupar na aplicação. Para terem uma ideia, e visto que a relação entre o SPF e
a quantidade aplicada é exponencial, caso apliquem um protector com SPF 30,
numa quantidade de 1mg/cm2, vai ter um SPF efectivo de 5.48.
(SPF efectivo = SPF real Quantidade
Utilizada /Quantidade Referência)
Vale a pena um protector solar com um SPF
muito superior a 30?
Como podem ver pelo gráfico, um
protector com SPF30 filtra cerca de 97% dos raios UVB, enquanto um com SPF50
filtra apenas mais 1%. Nenhum protege a 100%, mesmo um SPF100 irá proteger à volta de 99%. Portanto, apesar da protecção nunca ser a mais, o SPF30 acaba por ser a referência e já confere uma boa protecção.
Que quantidade de protector aplicar?
Quando se diz que a quantidade de protector a aplicar deve ser 2mg/cm2, para que o SPF que se obtém seja o indicado na embalagem, claro que ninguém está à espera que ande com
uma balança, regra e esquadro para medir os 2mg/cm2. Por isso, as
quantidades aproximadas serão:
Rosto e pescoço: 1 colher de chá;
Tronco: 1 colher de sopa para a parte da
frente e outra para a parte de trás;
Braços: 1 colher de sopa para ambos;
Pernas: 1 colher de sopa para ambas.
Não, também ninguém está à espera que andemos
com colheres de sopa e de chá, mas estas referências já são mais intuitivas.
Caso utilizemos protectores solares não químicos
(“físicos”), não precisamos de aplicar tanta quantidade.
Protectores químicos e físicos?
Os protectores físicos ou inorgânicos têm partículas
de óxidos metálicos capazes de, por meio óptico, reflectir ou dispersar a
radiação. Os principais são o oxido de zinco (ZnO) e o dióxido de itânio
(TiO2). Têm elevada fotoestabilidade, mantendo a sua capacidade fotoprotectora
após longos períodos de exposição à radiação.
Os protectores químicos ou orgânicos (a
maioria), possuem moléculas que interferem com a radiação incidente através do
mecanismo de absorção. Neste caso, o protector deve ser o primeiro produto a
ser aplicado na pele, mesmo antes do hidratante. Porquê? Porque para funcionar
tem que estar em contacto directo com as células da pele e ser absorvido por
elas.
Quando aplicar o protector?
Para ser eficaz, deve ser aplicado cerca de 30
minutos antes da exposição solar, já que vai demorar algum tempo a fazer
efeito. Depois disso, deve ser aplicado de 2 a 2 horas e depois de sairmos da
água e estarmos secas. Um protector waterproof pode resistir a transpiração
ligeira ou a alguns salpicos, mas dificilmente resistirá bem a uns 5 minutos na
água.
Posso utilizar o protector do ano passado?
Não!
Expostos ao calor, sol, humidade e mesmo à temperatura ambiente, o índice de
protecção vai diminuir. Além disso, tendo em conta a quantidade que é
aconselhável aplicar em cada ida à praia ou à piscina (e mesmo para passeios em
dias de sol), não há motivos para sobrar protector dum ano para o outro.
1 - Nívea Sun, 2 - L'Oreal Solar expertise, 3 - Anne Möller Aquasol Express, 4 - Piz Buin Allergy, 5 - Eau Thermale Avène, 6 - Caudalíe Solei Divin, 7 - Clinique, 8 - Vichy
Ainda assim, não se esqueçam que o protector nunca pode
ser encarado como primeira linha de defesa. Tenham atenção aos cuidados gerais,
referidos no último post: evitem longos períodos de exposição, sobretudo
nas horas de maior perigo, usem chapéus bonitos e óculos de sol,
procurem beber aquele sumo natural à sombra… Um pouco de protector solar não nos
vai manter totalmente protegidas …
E depois de apanharmos sol?
After Sun
Depois de um dia ao sol, a pele pede fórmulas
que a ajudem a acalmar, hidratar e recuperar. Assim, quando chegamos a casa, nada
como um bom banho e um creme e os after sun são os ideais para estas situações.
A sua utilização é imprescindível não só
porque ajuda a acalmar possíveis queimaduras mas também porque oferece um
efeito hidratante e é um aliado na reparação dos danos causados pela exposição
ao sol. Este tipo de produto contém ainda ingredientes que podem ajudar a
manter o bronzeado e a prevenir o envelhecimento precoce da pele. Há inúmeras
opções no mercado …
1 - Bioderma, 2 - Garnier Ambre Solaire, 3 - Corine de Farme, 4 - Nivea Sun SOS
Quanto à sua aplicação:
1. A pele deve estar preparada para receber as
propriedades do after sun e garantir a sua hidratação. Para isso, deve-se
começar por um duche de água morna, com o objectivo de libertar primeiro o
cloro, o sal e a areia para que o produto penetre melhor.
2. Aplicar uma boa quantidade de after-sun e
esperar que a pele absorva. Vais ficar surpreendida com a rapidez com que isto
acontece. Se necessário, repete a aplicação.
3. Antes de te deitares, aplica outra
camada de after-sun, se necessário. Este gesto é muito eficaz, pois é
durante a noite que se intensifica o processo de regeneração celular.
Escaldões?
Se a pele começar a ficar vermelha e muito
quente, não se deve tentar aliviar esta sensação com água da torneira, já que o calcário
vai agredir ainda mais a pele e muito menos se deve usar álcool, como se fazia no tempo das nossas avós. Com um algodão embebido numa loção leve, deve dar-se
pequenas toques na zona afectada.
Um truque: um iogurte bem fresco alivia rapidamente a sensação de queimadura. Nos dias
seguintes, para não pelar demasiado, o ideal é ir aplicando creme várias
vezes por dia.
Maquilhagem
Ao fim de
alguns dias a pele adquire um tom dourado. É a altura de acabar com bases com
demasiada cobertura e com o excesso de maquilhagem. Assim, a pele vai respirar
mais livremente. Para quem não dispensa a base, utilizar um creme com cor, que não
vai causar secura à pele e vai conseguir cobrir pequenas imperfeições.
Já escolheram o vosso protector e after sun para este Verão?
Desculpem o post ser tão longo, mas tentámos não deixar muita informação de fora ...
C e J